Sede: Escola de Belas Artes da UFMG.
Coordenação: Prof. Dr. Antonio Hildebrando
Co-coordenação: Prof. Ms. Eduardo dos Santos Andrade

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O projeto

Thespis, considerado o primeiro ator do Ocidente, por se destacar do coro e assumir o papel de protagonista, é o ator/agente responsável por articular os momentos emblemáticos da História do Teatro ocidental que serão levados à cena por este projeto que contempla três dimensões – ensino pesquisa e extensão – e pretende, a partir do caráter inerentemente agregador e transdisciplinar das Artes Cênicas, implementar ações que integrem alunos e professores das diversas áreas de conhecimento da Escola de Belas Artes (Teatro; Dança; Artes Visuais; Cinema de Animação e Artes Digitais; Design de Moda e Conservação e Restauração), de outras Unidades da UFMG, principalmente do T.U., da FALE, da FAE, da Escola de Música, da EEFFTO, do COLTEC, e de colaboradores externos, em torno de um objetivo comum: A montagem de um espetáculo multimídia ao ar livre e com grande número de participantes. Espetáculo que, a partir da abordagem transdisciplinar, viabilizada através dos princípios metodológicos do “Processo Colaborativo”, do “Work in progress” e da “mediação teatral” levará a estudantes do ensino médio, em particular, e ao público, em geral, um panorama diacrônico do teatro ocidental.
Embora indissociáveis na prática, as dimensões que embasam este projeto são, aqui, separadas para dar maior clareza quanto aos objetivos e ações propostas:
ENSINO: vinculação a disciplinas obrigatórias e optativas da rede curricular da Graduação em Teatro (Prática de Criação Cênica A - 150h/a; Estudos Corporais Dirigidos A- 30h/a; Estudos Vocais Dirigidos A – 60h/a; Oficina de Iluminação – 60h/a; Produção e Legislação 45h/a; Criação de disciplina optativa no primeiro semestre – com vagas para as categorias de eletiva e isolada – Teorias e Práticas da Encenação Teatral, com 150h/a e, no segundo semestre, Manutenção de Espetáculo, com 60h/a; elaboração e aplicação de procedimentos de “mediação teatral” pelos alunos de teatro envolvidos no projeto, principalmente os bolsistas, junto a professores e alunos do ensino médio, antes de depois da apresentação do espetáculo.
PESQUISA: revisão bibliográfica sobre a História do Teatro, tendo como foco principal as formas de “entrosamento” entre as diversas artes constituintes do fenômeno teatral; as formas de utilização do espaço e das técnicas de atuação em diferentes momentos históricos.
EXTENSÃO: além do público em geral, que poderá participar dos ensaios abertos, palestras, exposições e apresentações do espetáculo, os alunos e professores do ensino médio serão considerados “espectadores privilegiados”, aos quais será direcionada a aplicação de procedimentos de “mediação teatral”, processo fundamental para um projeto consistente de formação de público.
É preciso ressaltar que o projeto – A viagem de Thespis –, além de gerador de produtos: espetáculo, palestras, exposições, material didático e publicação, é, principalmente, um catalisador de processos, um espaço de atrito produtivo entre técnicas, estéticas, conceitos, teorias, procedimentos, experiências e visões de mundo, enfim, um espaço de diálogo, de compartilhamento e de descobertas.
Fortalecer as relações entre as áreas de conhecimento da EBA é, além de uma necessidade institucional, condição incontornável para o exercício pleno da transdisciplinaridade, marco fundamental da produção artística contemporânea. Esse exercício encontra um campo privilegiado no Teatro, que têm as bases de sua existência no trabalho coletivo, na cooperação geradora do compartilhamento de saberes e de saberes compartilhados, e no contato direto com o público.
Desenvolver ações consistentes de formação (quantitativa e qualitativa) de público e permitir aos alunos da Graduação em Teatro, e aos interessados em geral, o exercício teórico-prático em todas as áreas que envolvem a montagem de um produto cênico, agregando e produzindo saberes, justifica a execução deste projeto.


OBJETIVOS GERAIS
Levar ao público, privilegiando estudantes e professores do ensino médio através de procedimentos de “mediação teatral”, um espetáculo que dê uma visão panorâmica da História do Teatro.
Agregar discentes e docentes da EBA, do T.U., de outras unidades da UFMG e da comunidade em geral, em torno de um projeto no qual o exercício da transdisciplinaridade seja articulado por um objetivo comum, sintetizado na realização de um espetáculo multimídia ao ar livre e com grande número de participantes.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Possibilitar aos alunos da Graduação em Teatro (Bacharelado e Licenciatura), em especial, e a toda a equipe, a vivência da construção de um espetáculo teatral que envolva grande número de participantes, desde a pesquisa inicial sobre o tema, passando pela criação dramatúrgica, pela encenação, pela produção, pela atuação, pela concepção e confecção de elementos cênicos, pela iluminação e pela “mediação teatral”  até a avaliação crítica dos resultados estéticos e da recepção;
Aprofundar a investigação sobre os procedimentos de “mediação teatral”;
Produzir DVD didático sobre a história do teatro ocidental;
Publicar um “Caderno de encenação”, com registro e reflexão crítica sobre o processo e sobre o espetáculo;
Realizar palestras sobre os principais momentos da História do Teatro;
Realizar oficinas de criação e confecção e exposições do material produzido nas oficinas de figurinos e adereços, de cenografia e de artes gráficas;
Incentivar a integração e trabalho conjunto entre a Graduação em Teatro e o Curso Técnico de Teatro (T.U.)
Dar visibilidade à produção artística da EBA, fortalecendo a compreensão de que na área de Artes a relação entre pesquisa e produção artística é indissociável;

METODOLOGIA
A abordagem transdisciplinar sustenta todas as ações do projeto e é viabilizada através dos princípios metodológicos do Work in Progress com a sua “dinamicidade de sistemas” (COHEN, Renato. Work in progress na cena contemporâneaSão Paulo: Perspectiva, 1998) do “Processo Colaborativo”, considerado como uma metodologia de criação “em que todos os integrantes, a partir de suas funções artísticas específicas, têm igual espaço propositivo, sem qualquer espécie de hierarquias, produzindo uma obra cuja autoria é compartilhada por todos” ( SILVA, Antônio C. de Araújo. A Gênese da Vertigem. O Processo de Criação do Paraíso Perdido. Dissertação de mestrado. Departamento de Artes Cênicas da ECA-USP. São Paulo, 2002, P. 101) e da “mediação teatral”, considerada como “toda e qualquer ação que se interponha, situando-se no espaço entre o palco e a platéia, buscando possibilitar ou qualificar a relação do espectador com a obra teatral” e cujas práticas utilizam “não somente procedimentos artísticos e pedagógicos propostos diretamente aos espectadores iniciantes, mas abordam a formação de espectadores como uma questão que abrange as diversas etapas do evento teatral, desde a concepção artística até sua recepção pelo público.” (DESGRANGES, Flávio. A Pedagogia do Espectador. São Paulo: HUCITEC, 2003, p. 65).
Para garantir a integração das dimensões, das áreas de conhecimento e dos indivíduos envolvidos no projeto, atuam a coordenação geral, a co-coordenação e as coordenações de áreas (Teatro; Dança; Artes Visuais; Cinema de Animação e Artes Digitais; Design de Moda/figurinos e Teatro-educação.)
Entre as principais estratégias apresentam-se a revisão bibliográfica; a realização de exposições e palestras, ao longo e ao “final” do processo; a elaboração e aplicação de entrevistas e de questionários de recepção; a utilização de recursos como o blog do projeto e da “Minha UFMG” como recursos de integração e divulgação do projeto; a realização de oficinas teórico-práticas para a criação de figurinos, cenários etc; a realização de ensaios abertos, entre outras.
A metodologia e as estratégias aplicadas para a obtenção dos objetivos deste projeto amparam-se, em grande medida, na experiência acumulada no planejamento, execução e avaliação do bem sucedido projeto “Guesa Errante: dramaturgia, encenação e recepção”, premiado pela SESu-MEC e realizado em 2007/2008, que gerou palestras, exposições, publicação e o espetáculo “O Guesa Errante...”, que contou com a participação de 03 professores e 60 alunos da Graduação em Teatro, alunos e professores dos cursos de Artes Visuais e de Cinema de Animação da EBA, alunos da Pós-graduação em Artes em estágio docência, 01 aluno da Música e 01 da Engenharia, além de colaboradores externos. No total, o projeto contou com mais de 80 participantes e o espetáculo realizou 16 apresentações, participando de vários eventos, entre eles, do FIT-BH e do Festival de Inverno da UFMG.

FORMA DE AVALIAÇÃO DA AÇÃO DE EXTENSÃO
A avaliação é processual e segue parâmetros quantitativos, com o registro do número de público presente às exposições, palestras, ensaios abertos e apresentações do espetáculo e da taxa de evasão de participantes e de adesão de novos colaboradores,  e qualitativos a partir da análise das entrevistas e dos questionários de recepção; da observação direta dos procedimentos de “mediação teatral” pré e pós (com entrevistas e aplicação de questionários) apresentações do espetáculo e de auto-avaliação dos participantes.
Serão realizadas reuniões mensais de avaliação, envolvendo a coordenação geral, a co-coordenação, as coordenações de áreas; os bolsistas e os pós-graduandos em estágio docência.
Serão realizadas reuniões trimestrais de avaliação, envolvendo a coordenação geral, a co-coordenação, as coordenações de áreas; os bolsistas; os pós-graduandos em estágio docência e todos os outros participantes do projeto.


ORIGEM DO PÚBLICO ALVO
Interno e Externo

CARACTERIZAÇÃO DO PÚBLICO ALVO
Em relação à execução do projeto: alunos e professores das diversas áreas de conhecimento da Escola de Belas Artes (Teatro; Dança; Artes Visuais; Cinema de Animação e Artes Digitais; Design de Moda e Conservação e Restauração), de outras Unidades da UFMG, principalmente do T.U., da FALE, da FAE, da Escola de Música, da EEFFTO, do COLTEC e colaboradores externos.
Em relação à recepção de ações e produtos: professores e estudantes do ensino médio, comunidade da UFMG, e o público em geral.

ESTUDANTES MEMBROS DA EQUIPE

PLANO DE ATIVIDADES PREVISTAS:

Estudantes membros da equipe são os matriculados nas categorias: obrigatória, optativa, eletiva, isolada e em Estágio Docência (Pós) e cumprirão as demandas das disciplinas e participarão de todas as etapas de montagem do espetáculo e da avaliação crítica dos resultados estéticos e da recepção.
Os alunos-bolsistas, matriculados em disciplina(s) vinculadas ao projeto, participarão, ainda, das seguintes atividades:
Elaboração e aplicação da mediação teatral em escolas do ensino médio; criação e gerenciamento do blog e de outras ferramentas da Internet; relacionamento com possíveis parcerias internas (DAC, DAE, DCE, TV UFMG etc ,e projetos na área de Artes Cênicas) e externas (escolas de ensino médio, grupos e escolas de teatro); organização e divulgação das palestras, exposições, ensaios, apresentações do espetáculo e de outras ações abertas ao público e registro da freqüência; elaboração e aplicação de questionários e entrevistas; sistematização de dados relativos à recepção do espetáculo e do projeto, em geral;  registro audiovisual de todo o processo: ensaios e apresentações públicas, palestras etc; transcrição de palestras e entrevistas; seleção de material e edição do DVD didático e do Caderno de Encenação; reuniões semanais com a coordenação geral;  reuniões mensais com todas as coordenações; reuniões trimestrais com toda a equipe; relatório bimestral; elaboração e apresentação dos resultados do projeto na Semana do Conhecimento – Encontro da Extensão.

PLANO DE ACOMPANHAMENTO E ORIENTAÇÃO
Os estudantes matriculados nas disciplinas vinculadas terão o acompanhamento e orientação dos professores das disciplinas, a partir das ementas e nos horários de aulas regulares e do COORDENADOR GERAL,  co-coordenador e dos coordenadores de áreas a partir das necessidades específicas e em horários agendados.  Os alunos-bolsistas terão, além do descrito acima, o acompanhamento e a orientação do coordenador geral do projeto em reunião semanal.

PROCESSO DE AVALIAÇÃO
Todos os estudantes regularmente matriculados serão avaliados a partir de critérios específicos de cada disciplina. Os alunos-bolsistas, além disso, serão avaliados levando-se em conta o engajamento ao projeto como um todo: assiduidade, iniciativa, rigor metodológico e solução de problemas. Como instrumentos para a avaliação, o coordenador geral terá, além das avaliações dos outros coordenadores, a observação direta de suas atuações nas ações do projeto, reuniões, relatórios e auto-avaliações bimestrais e a participação da Semana do Conhecimento-Encontro da Extensão

INFORMAÇÕES ESPECÍFICAS
INFRA- ESTRUTURA FÍSICA:
Instalações da Escola de Belas Artes: salas de aula; espaço cenográfico; DME-Depósito de Material Elétrico; auditório; saguão (exposições); estúdios de animação e fotografia; Laboratório de artes digitais. Área externa (entre o prédio principal e o anexo do teatro para a realização dos ensaios abertos e de apresentações); oficinas de escultura e de design de modas.
Instalações da ZAP-18: Zona de Arte da Periferia (parceria já estabelecida) – Galpão para a realização de 03 apresentações.

INFORMAÇÕES ADICIONAIS
No campo “equipe” aparecerão, por enquanto, apenas os nomes dos docentes que participam desta fase de planejamento inicial. Quanto aos estudantes de graduação e da pós será necessário aguardar a realização de matrículas para 2011 e, para os alunos-bolsistas (PBEXT e/ou FUMP), o aceite da solicitação de 05 bolsas feita neste projeto. Inicialmente estão previstas 08 apresentações do espetáculo (05 – EBA e 03 ZAP-18). Este número pode aumentar significativamente a partir de possíveis parcerias internas, como, por exemplo, com a DAC; DAE, DCE; PROEX, PROGRAD etc, de novas parcerias externas e de convites. Por este motivo, o público estimado considera a presença de cerca de 250 espectadores em cada apresentação já confirmada, sem computar possíveis apresentações e o restante dos eventos.
O Coordenador geral do projeto é responsável pelas disciplinas de maior carga horária e pela dramaturgia e direção do espetáculo, o que facilita a articulação das dimensões envolvidas e o acompanhamento do projeto.