(Pensei em compartilhar aqui algumas das experiências destes sete dias de temporada com a peça A VIAGEM DE THESPIS, do curso de graduação em Teatro/EBA/UFMG, dirigido por Antônio Hildebrando. Tem sido um processo tão rico que é impossível deixar passar batida esta vontade de escrever sobre. E é um tanto quanto retornar às origens também: Desde quando blog existe tem gente fazendo diário virtual por aí. Sem o famoso "querido diário" lá vou eu!)
...Estrear (e bonito) o espetáculo "A Viagem de Thespis".
Na noite de (antes de) ontem iniciamos nossa jornada de sete apresentações do trabalho que desenvolvemos durante estes [quase] quatro meses na graduação em Teatro/EBA/UFMG.
Este primeiro encontro com o público foi uma experiência incrível. Rara. Divertida. Nervosa [não negamos] mas, ainda sim, em festa, celebrando.
Quando iniciamos o processo tínhamos um imenso desafio pela frente: levantar uma peça multimídia, com muita gente em cena, nenhum dinheiro em caixa, um espaço ao ar livre com uma pedra no meio [que até então servia como retorno no estacionamento da escola] e muita vontade. Agregamos gente de vários cursos, lugares, grupos e, até mesmo, outro país. Ainda no domingo passado, véspera da estreia, dia de fazer um ensaio geral, vários destes "perrengues" continuavam nos assombrando: "é muita gente! cadê a projeção? faltou luz naquela cena! Vocês erraram o 4º acorde da terceira estrofe do "Na Carreira"! Volta tudo. Começa de novo. Meu Deus do céu, onde é que eu coloquei o meu figurino? Minha mãe vem. A minha avó também. De onde? Piratininga. Córdoba. Projetem: vídeos, fotos, lâminas, a voz. A gente não te escuta. Sua cena é longa. Só amanhã veremos o espetáculo de verdade. Ver se ele funciona. Amanhã? Amanhã! Amanhã..."
E aí o tal "amanhã" chegou camuflado de segunda-feira, com o 4 de julho estampado na testa. Hora de estrear: 20 horas, em ponto.
Muita gente compareceu neste primeiro dia. Familiares, amigos, parceiros, os nossos colegas de curso, os outros professores e um homem de preto, em meio aos personagens gregos durante nosso "início". Alguns disseram que era Caronte. Outros, apenas que receberam ordens e orientações deste. Pairava o mistério. Enquanto isso, alguém indagava "Cadê o Hilde, gente?"
E o que torna tudo muito especial é que, de fato, toda esta "viagem" funcionou . Vários elementos que não haviam dado as caras nem nos ensaios gerais a gente, tanto do elenco, quanto da técnica, viu, pela primeira vez, durante o espetáculo.
Foram duas horas de peça ao ar livre, com muita música, cena aqui e acolá, dança, mais música e um frio de espantar o público. E isso [coitado do frio!] ele não conseguiu. A plateia embarcou conosco e não arredou pé: Recebeu com carinho e entusiasmo o que estávamos oferecendo.
Agora, que estamos a deriva, é ir ajustando os pontos daqui, outros dali.
Avante, viajantes.
"A cabeça já saiu!"
CÉSAR, Júlio.
Raysner d'Paula