GRÉCIA
Introdução
As origens do teatro europeu estão nas ações recíprocas de dar e receber, que em todos os tempos e lugares, prendem os homens aos deuses e os deuses ao homem; elas estão nos rituais de sacrifício, dança e culto. Para a Grécia homérica isso significava os sagrados festivais báquicos, menádicos, em homenagem a Dioniso, o deus do vinho, da vegetação e do crescimento, da procriação e da vida exuberante. Seu séquito é composto por Sileno, sátiros e bacantes. As orgias desenfreadas dos vinhateiros áticos honravam-no, assim como as vozes alternadas dos ditirambos e das canções báquicas atenienses. Quando os ritos dionisíacos se desenvolveram e resultaram na tragédia e na comédia, ele se tornou o deus do teatro.(BERTHOLD, 2001, p.103)
Do século VI em diante, Atena passou também a homenagear Dioniso na grande Dionisa citadina, que durava vários dias e incluía representações dramáticas. (BERTHOLD, 2001, p.103)
A multidão reunida no theatron não era meramente espectadora, mas participante, no sentido mais literal. O público participava ativamente do ritual teatral, religioso, inseria-se na esfera dos deuses e compartilhava o conhecimento das grandes conexões mitológicas. (BERTHOLD, 2001, p.104)
“o conflito é pai de todas as coisas” (Heráclito) (BERTHOLD, 2001, p.104)
Quando Thassilo von Scheffer diz que humanitas é uma palavra dificilmente aplicável aos gregos antigos, não destrói com isso a nossa concepção ideal destes, mas acrescenta o tão importante reverso, sem o qual seu teatro – como outros aspectos da Antiguidade grega – escaparia à nossa compreensão. (BERTHOLD, 2001, p.104)
BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro.São Paulo: Perspectiva, 2001.
