Porém talvez mais remotas em suas origens, as peças satíricas desenvolveram-se como uma espécie independente. Vieram do Peloponeso, e seu pioneiro literário foi Pratinas de Fleio. A sátira (...) representava o anticlímax, o retorno relaxante às planícies do demasiado humano. Quão abrupta essa descida deveria ser, ficava a critério da discrição e da auto-ironia do poeta trágico, pois ele próprio escrevia a sátira como um epílogo para a trilogia trágica que inscrevia no concurso. (BERTHOLD, 2001, p.107)
Frínico de Atenas, que foi discípulo de Téspis, ampliou a função do “respondedor” (hypokrites), investindo-o de um duplo papel e fazendo-o aparecer com uma máscara masculina e feminina, alternadamente. Isto significava que o ator devia fazer várias entradas e saídas, e a troca de figurino e de máscara sublinhava uma organização cênica introduzida no decorrer dos cânticos. Um outro passo à frente foi dado, da declamação para a “ação”. (BERTHOLD, 2001, p.107)
BERTHOLD, Margot. História Mundial do Teatro.São Paulo: Perspectiva, 2001.